Em 1980 trabalhei numa área denominada Alagados. Era repleta de casas de palafitas sobre o manguezal, uma favela sobre a água e a lama e as ruas, as pontes eram iguais a esta primeira foto. Naquela época, jovem, grávida da minha segunda filha, me equilibrava no balanço das madeiras e Nossa Senhora dos Alagados protegia-nos para não cair sobre as velhas estacas enfiadas na lama. Obrigada pela lembrança, grande amigo.
Folgo em verificar que uma das minhas fotos lhe trouxe boas memórias dessa sua Veneza Tropical...Creio que todos os pedacinhos da vida são etapas de um plano cujos desígnios nem sempre conhecemos...Deve ter sido meritório o seu trabalho pois me agradece a lembrança mau grado o desconforto que se lê nas entrelinhas...Parece-me ve-la, segurando o ventre habitado de esperança, saltitando entre as tábuas irrequietas e lutando contra o desequilibrio e o banho certo em busca de um palmo de chão seguro! Grande odisseia deve ter sido!
Muito mais dura que a nossa luta junto a esta comunidade, era luta diária destas pessoas entre moscas, ratos, mosquitos e aterro feito de lixo . Crianças que se acidentavam em meio as velhas estacas deixadas para trás e cheias de cascas de ostras. Nosso trabalho , um dos poucos que fiz em áreas urbanas, era reloca-los, supostamente, para área melhor. Me pergunto melhor para quem? Será que um conjunto habitacinal de 1/4 e sala no raio que os parta é melhor?!!! As pessoas sim, destas sinto muita saudade, tão simples, pobres, mas generosas a me oferecer o único banco tinham para que me sentasse e apioasse a prancheta enquantos os cadastrava: - todos esperavam dias melhores e espero que tenham sido! A pobreza urbana é pior que a rural!
Em 1980 trabalhei numa área denominada Alagados. Era repleta de casas de palafitas sobre o manguezal, uma favela sobre a água e a lama e as ruas, as pontes eram iguais a esta primeira foto.
ResponderEliminarNaquela época, jovem, grávida da minha segunda filha, me equilibrava no balanço das madeiras e Nossa Senhora dos Alagados protegia-nos para não cair sobre as velhas estacas enfiadas na lama.
Obrigada pela lembrança, grande amigo.
Folgo em verificar que uma das minhas fotos lhe trouxe boas memórias dessa sua Veneza Tropical...Creio que todos os pedacinhos da vida são etapas de um plano cujos desígnios nem sempre conhecemos...Deve ter sido meritório o seu trabalho pois me agradece a lembrança mau grado o desconforto que se lê nas entrelinhas...Parece-me ve-la, segurando o ventre habitado de esperança, saltitando entre as tábuas irrequietas e lutando contra o desequilibrio e o banho certo em busca de um palmo de chão seguro! Grande odisseia deve ter sido!
EliminarMuito mais dura que a nossa luta junto a esta comunidade, era luta diária destas pessoas entre moscas, ratos, mosquitos e aterro feito de lixo . Crianças que se acidentavam em meio as velhas estacas deixadas para trás e cheias de cascas de ostras.
EliminarNosso trabalho , um dos poucos que fiz em áreas urbanas, era reloca-los, supostamente, para área melhor. Me pergunto melhor para quem? Será que um conjunto habitacinal de 1/4 e sala no raio que os parta é melhor?!!!
As pessoas sim, destas sinto muita saudade, tão simples, pobres, mas generosas a me oferecer o único banco tinham para que me sentasse e apioasse a prancheta enquantos os cadastrava: - todos esperavam dias melhores e espero que tenham sido!
A pobreza urbana é pior que a rural!